Hidrocefalia: o que é, sintomas, diagnóstico e tratamentos
Hidrocefalia é uma condição neurológica caracterizada pelo acúmulo anormal de líquido cefalorraquidiano (LCR) nos ventrículos cerebrais, o que pode levar ao aumento da pressão intracraniana e provocar alterações neurológicas significativas. Quando diagnosticada precocemente, é possível tratá-la com bons resultados clínicos e funcionais.
Principais tipos de hidrocefalia
- Hidrocefalia obstrutiva (não comunicante): ocorre por bloqueio do fluxo do LCR em alguma região do sistema ventricular;
- Hidrocefalia comunicante: acontece quando a circulação do LCR está preservada, mas sua reabsorção está prejudicada;
- Hidrocefalia de Pressão Normal (HPN): forma crônica que afeta principalmente idosos, com aumento dos ventrículos sem elevação significativa da pressão do LCR.
Quais são os sintomas?
Os sintomas variam conforme o tipo e a idade do paciente. Em adultos e idosos, podem incluir:
- Dores de cabeça de início recente ou progressivas
- Comprometimento da memória e da atenção
- Instabilidade para caminhar (marcha magnética ou apraxia da marcha)
- Incontinência urinária
- Sonolência excessiva e confusão mental
Em crianças, também podem ocorrer:
- Aumento anormal do perímetro cefálico
- Fontanelas (moleiras) abauladas
- Irritabilidade, vômitos e atraso no desenvolvimento neuropsicomotor
Hidrocefalia de Pressão Normal (HPN)
A HPN é uma forma especial de hidrocefalia, comum em idosos, frequentemente confundida com doenças neurodegenerativas como Alzheimer ou Parkinson. Seus principais sinais são:
- Marcha lenta e instável, muitas vezes descrita como “marcha magnetizada”
- Déficit cognitivo progressivo, com perda de memória e dificuldade de raciocínio
- Incontinência urinária, geralmente de início insidioso
O diagnóstico envolve avaliação clínica cuidadosa, exames de imagem (ressonância magnética) e testes como o tap test (retirada de LCR para observar resposta clínica).
Como é feito o diagnóstico?
Além da anamnese e exame neurológico, exames como tomografia computadorizada (TC) e ressonância magnética (RM) são fundamentais para demonstrar o aumento dos ventrículos e excluir outras causas. O acompanhamento com neurocirurgião é essencial para confirmação diagnóstica e planejamento cirúrgico.
Tratamentos disponíveis
O tratamento da hidrocefalia é predominantemente cirúrgico, com o objetivo de normalizar a circulação do LCR e aliviar os sintomas. As principais técnicas incluem:
- Derivação ventrículo-peritoneal (DVP): sistema de cateteres implantado para drenar o excesso de LCR dos ventrículos cerebrais para a cavidade abdominal;
- Endoscopia ventricular: alternativa minimamente invasiva em casos obstrutivos, como a terceiroventriculostomia endoscópica (TVE).
Pacientes com HPN frequentemente apresentam melhora significativa da marcha e cognição após a derivação, especialmente quando operados precocemente.
Conclusão
A hidrocefalia é uma condição neurológica tratável, mas que exige avaliação especializada e diagnóstico preciso. O acompanhamento com neurocirurgião é fundamental para garantir os melhores resultados. Em muitos casos, o tratamento cirúrgico pode restaurar a independência funcional e melhorar a qualidade de vida.
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